Doenças crônicas: a nova realidade que requer transformação urgente nos cuidados de saúde

Samantha Perlanovx
By Samantha Perlanovx 4 Min Read
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Gustavo Khattar de Godoy

Nos últimos anos, o perfil epidemiológico da população mudou drasticamente. Segundo o médico radiologista Gustavo Khattar de Godoy, as doenças infecciosas, antes protagonistas nos indicadores de mortalidade, deram lugar às chamadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes, hipertensão arterial e obesidade. Essas condições, muitas vezes silenciosas e progressivas, exigem cuidados prolongados e contínuos, gerando um impacto profundo sobre os sistemas de saúde. 

A grande complexidade das DCNT está justamente na sua natureza: não são curadas com uma única intervenção, e sim controladas ao longo da vida. Esse cenário demanda uma reestruturação das políticas públicas, dos serviços médicos e da própria lógica de financiamento da saúde. Saiba mais, a seguir!

Como o estilo de vida moderno está contribuindo para o aumento desses diagnósticos?

O crescimento exponencial das DCNT está diretamente ligado a fatores comportamentais e sociais, como alimentação inadequada, sedentarismo, consumo excessivo de álcool, tabagismo e estresse crônico. O estilo de vida urbano, muitas vezes marcado pela pressa, pelo excesso de trabalho e pela falta de tempo para o autocuidado, tem favorecido escolhas pouco saudáveis. 

Gustavo Khattar de Godoy
Gustavo Khattar de Godoy

As DCNT representam uma carga econômica crescente para os sistemas de saúde em todo o mundo. De acordo com o Dr. Gustavo Khattar de Godoy, isso se deve não só aos altos custos com medicamentos e hospitalizações, mas também ao acompanhamento constante que esses pacientes requerem, como exames regulares, consultas frequentes e reavaliações de tratamento. 

Como a prevenção pode mudar esse cenário?

A prevenção é, sem dúvida, a ferramenta mais poderosa no enfrentamento das doenças crônicas. Medidas simples, como incentivar a prática regular de atividade física, promover alimentação saudável, realizar campanhas de controle do tabagismo e oferecer exames periódicos, têm potencial para reduzir drasticamente os índices de diabetes, hipertensão e obesidade. 

Ao contrário de muitas doenças infecciosas, as doenças crônicas não têm cura, mas têm controle. Para o doutor Gustavo Khattar de Godoy, esse controle depende de um acompanhamento contínuo e integrado entre paciente e equipe de saúde. Monitorar regularmente a glicemia, a pressão arterial, o peso e outros marcadores clínicos é essencial para ajustar tratamentos e evitar complicações. 

Como a saúde digital pode revolucionar o cuidado com doenças crônicas?

A tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais relevante na gestão das DCNT. Aplicativos de monitoramento, dispositivos vestíveis (wearables), consultas por telemedicina e prontuários eletrônicos integrados permitem um acompanhamento mais próximo, personalizado e eficiente. Pacientes com diabetes, por exemplo, podem registrar níveis de glicemia em tempo real, receber alertas e ajustar comportamentos com base em dados concretos. 

Embora já existam iniciativas importantes, como o Programa Saúde da Família e a Estratégia Saúde da Família no Brasil, o Dr. Gustavo Khattar de Godoy destaca que ainda há muito a avançar na estruturação de políticas públicas voltadas ao enfrentamento das doenças crônicas. Muitas vezes, os serviços estão sobrecarregados e fragmentados, o que dificulta o cuidado contínuo. 

Por fim, o empoderamento do paciente é uma peça central na luta contra as doenças crônicas. Informar, educar e engajar o indivíduo sobre sua própria condição faz toda a diferença no sucesso do tratamento. Conforme elucida o médico Gustavo Khattar de Godoy, quando o paciente deixa de ser um espectador e passa a ser protagonista da sua saúde, os resultados são mais duradouros. 

Autor: Samantha Perlanovx

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