A violência contra idosos é um problema social que cresce de forma alarmante no Brasil. De acordo com Paulo Henrique Silva Maia, Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG, esse cenário reflete não apenas a negligência, mas também a falta de políticas públicas eficazes para proteger essa parcela vulnerável da população.
Infelizmente, os casos de maus-tratos, abusos físicos, psicológicos, financeiros e até abandono aumentaram significativamente nos últimos anos. Esse problema precisa ser discutido de maneira séria e responsável para garantir que os idosos tenham seus direitos respeitados e sua dignidade preservada. Entenda!
Por que os casos de violência contra idosos estão aumentando?
A violência contra idosos tem várias causas. Segundo Paulo Henrique Silva Maia, o envelhecimento acelerado da população, aliado à falta de preparo das famílias e da sociedade para lidar com essa realidade, é um dos principais fatores que contribuem para esse crescimento. Além disso, a sobrecarga emocional, financeira e até física dos cuidadores pode gerar situações de estresse que, infelizmente, resultam em agressões.
A desinformação sobre os direitos dos idosos também favorece práticas abusivas, que passam muitas vezes despercebidas ou são naturalizadas dentro dos lares. Outro fator preocupante é que muitos idosos dependem totalmente de familiares, o que os torna ainda mais vulneráveis a diferentes formas de violência, seja ela física, psicológica, patrimonial ou institucional.
Quais os impactos da violência na vida dos idosos?
A violência contra idosos gera consequências devastadoras, não apenas físicas, mas também emocionais e sociais. Paulo Henrique Silva Maia explica que muitos idosos vítimas de maus-tratos desenvolvem depressão, ansiedade, transtornos cognitivos, além de agravamento de doenças pré-existentes. O isolamento social, a perda da autonomia e a sensação de desamparo são efeitos que comprometem diretamente a qualidade de vida dessa população.

Denunciar é o primeiro passo para combater a violência contra idosos. Existem diversos canais de atendimento disponíveis, que garantem o sigilo e a segurança do denunciante. O principal deles é o Disque 100, um serviço gratuito e confidencial do Ministério dos Direitos Humanos. Além disso, é possível procurar:
- Delegacias especializadas na proteção dos idosos
- Ministérios Públicos estaduais
- Conselhos Municipais do Idoso
- Defensorias Públicas
- Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)
Qual é o papel da sociedade no enfrentamento desse problema?
A sociedade tem um papel fundamental no combate à violência contra idosos. Segundo Paulo Henrique Silva Maia, é essencial abandonar a visão estigmatizada da velhice e enxergar os idosos como cidadãos ativos, produtivos e plenamente capazes de contribuir para o desenvolvimento social, econômico e cultural. Infelizmente, ainda é comum associar o envelhecimento à incapacidade, à dependência e à fragilidade, o que reforça práticas discriminatórias e, muitas vezes, invisibiliza os direitos dessa população.
Ademais, o envolvimento da comunidade, de organizações não governamentais, de empresas, de instituições educacionais e de órgãos governamentais é indispensável para criar uma cultura de proteção, acolhimento e valorização da pessoa idosa. É necessário fortalecer as redes de apoio social, oferecer suporte aos cuidadores e garantir atendimento especializado em saúde, assistência social e justiça. Conforme destaca Paulo Henrique Silva Maia, a responsabilidade é coletiva e exige comprometimento permanente.
Em suma, garantir dignidade, respeito e proteção à pessoa idosa não é apenas uma obrigação legal, estabelecida pelo Estatuto da Pessoa Idosa e pela Constituição Federal, mas também um dever moral, ético e humanitário de toda a sociedade. A luta por dignidade é contínua, exige vigilância, empatia e responsabilidade social. E ela começa com pequenos gestos no nosso dia a dia: oferecer atenção, escuta, apoio, carinho e, principalmente, denunciar qualquer sinal de negligência, maus-tratos ou abuso.
Autor: Samantha Perlanovx