Uma luta por dignidade: o crescente número de denúncias de violência contra idosos

Samantha Perlanovx
By Samantha Perlanovx 5 Min Read
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Paulo Henrique Silva Maia alerta para o aumento das denúncias de violência contra idosos e a luta por dignidade.

A violência contra idosos é um problema social que cresce de forma alarmante no Brasil. De acordo com Paulo Henrique Silva Maia, Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG, esse cenário reflete não apenas a negligência, mas também a falta de políticas públicas eficazes para proteger essa parcela vulnerável da população.

Infelizmente, os casos de maus-tratos, abusos físicos, psicológicos, financeiros e até abandono aumentaram significativamente nos últimos anos. Esse problema precisa ser discutido de maneira séria e responsável para garantir que os idosos tenham seus direitos respeitados e sua dignidade preservada. Entenda!

Por que os casos de violência contra idosos estão aumentando?

A violência contra idosos tem várias causas. Segundo Paulo Henrique Silva Maia, o envelhecimento acelerado da população, aliado à falta de preparo das famílias e da sociedade para lidar com essa realidade, é um dos principais fatores que contribuem para esse crescimento. Além disso, a sobrecarga emocional, financeira e até física dos cuidadores pode gerar situações de estresse que, infelizmente, resultam em agressões. 

A desinformação sobre os direitos dos idosos também favorece práticas abusivas, que passam muitas vezes despercebidas ou são naturalizadas dentro dos lares. Outro fator preocupante é que muitos idosos dependem totalmente de familiares, o que os torna ainda mais vulneráveis a diferentes formas de violência, seja ela física, psicológica, patrimonial ou institucional.

Quais os impactos da violência na vida dos idosos?

A violência contra idosos gera consequências devastadoras, não apenas físicas, mas também emocionais e sociais. Paulo Henrique Silva Maia explica que muitos idosos vítimas de maus-tratos desenvolvem depressão, ansiedade, transtornos cognitivos, além de agravamento de doenças pré-existentes. O isolamento social, a perda da autonomia e a sensação de desamparo são efeitos que comprometem diretamente a qualidade de vida dessa população. 

Entenda com Paulo Henrique Silva Maia os impactos sociais do crescimento das denúncias de violência contra idosos.
Entenda com Paulo Henrique Silva Maia os impactos sociais do crescimento das denúncias de violência contra idosos.

Denunciar é o primeiro passo para combater a violência contra idosos. Existem diversos canais de atendimento disponíveis, que garantem o sigilo e a segurança do denunciante. O principal deles é o Disque 100, um serviço gratuito e confidencial do Ministério dos Direitos Humanos. Além disso, é possível procurar:

  • Delegacias especializadas na proteção dos idosos
  • Ministérios Públicos estaduais
  • Conselhos Municipais do Idoso
  • Defensorias Públicas
  • Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)

Qual é o papel da sociedade no enfrentamento desse problema?

A sociedade tem um papel fundamental no combate à violência contra idosos. Segundo Paulo Henrique Silva Maia, é essencial abandonar a visão estigmatizada da velhice e enxergar os idosos como cidadãos ativos, produtivos e plenamente capazes de contribuir para o desenvolvimento social, econômico e cultural. Infelizmente, ainda é comum associar o envelhecimento à incapacidade, à dependência e à fragilidade, o que reforça práticas discriminatórias e, muitas vezes, invisibiliza os direitos dessa população. 

Ademais, o envolvimento da comunidade, de organizações não governamentais, de empresas, de instituições educacionais e de órgãos governamentais é indispensável para criar uma cultura de proteção, acolhimento e valorização da pessoa idosa. É necessário fortalecer as redes de apoio social, oferecer suporte aos cuidadores e garantir atendimento especializado em saúde, assistência social e justiça. Conforme destaca Paulo Henrique Silva Maia, a responsabilidade é coletiva e exige comprometimento permanente.

Em suma, garantir dignidade, respeito e proteção à pessoa idosa não é apenas uma obrigação legal, estabelecida pelo Estatuto da Pessoa Idosa e pela Constituição Federal, mas também um dever moral, ético e humanitário de toda a sociedade. A luta por dignidade é contínua, exige vigilância, empatia e responsabilidade social. E ela começa com pequenos gestos no nosso dia a dia: oferecer atenção, escuta, apoio, carinho e, principalmente, denunciar qualquer sinal de negligência, maus-tratos ou abuso. 

Autor: Samantha Perlanovx

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