O especialista Francisco Gonçalves Peres enfatiza o crescimento do empreendedorismo fora dos grandes centros urbanos. Em 2025, negócios nas periferias e em cidades do interior vêm se destacando com soluções criativas, muitas vezes mais conectadas às necessidades reais da população local do que os modelos tradicionalmente desenvolvidos nas capitais.
Esse movimento evidencia uma transformação no cenário econômico brasileiro, marcada pela força das micro e pequenas empresas em regiões historicamente menos favorecidas por investimentos. Os empreendedores que atuam fora do eixo convencional enfrentam desafios próprios, mas também aproveitam oportunidades únicas, impulsionados por novas tecnologias, redes de apoio e acesso crescente à informação.
Quais fatores impulsionam o crescimento de negócios fora dos grandes centros?
A democratização do acesso à internet e o aumento de programas de incentivo ao empreendedorismo local têm sido determinantes para o surgimento de novos negócios. Francisco Gonçalves Perez ressalta que, ao contrário do que se pensava há alguns anos, a distância dos grandes centros não limita o potencial de inovação. Pelo contrário, favorece soluções mais alinhadas à realidade de cada território.
Além da tecnologia, há uma forte movimentação de consumo interno que sustenta o crescimento desses negócios. Nas periferias urbanas, por exemplo, há mercados dinâmicos, com alto volume de circulação de dinheiro e demanda por serviços e produtos específicos. Já no interior, o foco recai sobre logística, agroindústria e comércio regional, com forte apelo à sustentabilidade e ao vínculo comunitário.

Por que empreender nessas regiões exige uma abordagem diferente?
O empreendedor que atua fora do eixo precisa lidar com um conjunto particular de desafios, como o acesso ao crédito, a burocracia e a falta de infraestrutura. No entanto, como destaca Francisco Gonçalves Peres, essas dificuldades são também a origem de soluções criativas, que muitas vezes se tornam diferenciais competitivos. A capacidade de adaptação é um dos principais ativos desses empreendedores.
Outra característica marcante é a valorização do capital social. Parcerias com lideranças locais, trocas entre empreendedores da mesma região e iniciativas coletivas são estratégias comuns para enfrentar os obstáculos. Esse espírito colaborativo cria um ambiente de negócios mais resiliente e com forte impacto social, especialmente quando o propósito está alinhado com o desenvolvimento da comunidade.
Como o mercado e os investidores enxergam esse novo cenário?
Cada vez mais, investidores e aceleradoras estão voltando os olhos para negócios que surgem fora dos grandes centros. Francisco Gonçalves Perez frisa que essa mudança de percepção se deve, em parte, ao amadurecimento de ecossistemas de inovação locais e ao surgimento de cases de sucesso que provam que boas ideias podem vir de qualquer lugar desde que tenham apoio e estrutura para crescer. As empresas que nascem nas periferias e no interior têm mostrado uma capacidade ímpar de gerar impacto com baixo custo e alto retorno social.
Uma nova geografia da inovação
O crescimento do empreendedorismo fora do eixo tradicional redefine o mapa da inovação e da geração de renda no país. Para Francisco Gonçalves Peres, reconhecer e valorizar esse movimento é essencial para construir uma economia mais equilibrada, inclusiva e conectada às reais necessidades da população. O futuro dos negócios não está restrito aos grandes polos tecnológicos. Ele também pulsa nas feiras de bairro, nos galpões das pequenas cidades e nas ideias de quem transforma escassez em criatividade.
Autor: Samantha Perlanovx